Beltane era muito mais do que o encaixe macho, fêmea, vida.
Eram dois espíritos tão conectados quanto um só;
Era aquela troca de olhares, aquele mergulho na alma do outro que dispensava qualquer palavra;
Era aquele apoio, aquela certeza de que o outro estaria lá, sempre e para sempre;
Aquela firmeza de espírito, mesmo que as pernas insistissem em tremer;
Era o fruto compartilhado, que mesmo assim, parecia maior e maior;
Era aquela sensação de frêmito, mesmo quando o outro só estava no pensamento;
Era lembrar o sabor, o cheiro, os detalhes, simplesmente fechando os olhos.
Eles viviam Beltane a sua maneira: Todos os dias. Macho, fêmea, vida.
Equilibrando, equilibrado levemente desequilibrado, como num 2 de Copas.
Aqueles dois sabiam da importância de ser dois apenas.
Mas o sentimento crescia quando eram três, quatro, mais.
Porque eram loucos por outros sim, com um amor diferente.
Mas como o deles, não. Disso tinham certeza. O sentimento de ‘estar’ e ‘ser’ completo.
E quando as coisas saíam do prumo, a paixão virava cólera, e de certa forma, isso também era Beltane. Poderia se dizer que invertido.
Mas ah, filhos de ar, que com uma brisa inflamam, e com uma ventania, aquiescem. Quando passa a tormenta, logo chega outra: braços, pernas, unhas, sussurros, ápices.
É Beltane. Entender Beltane o ano todo é o segredo.
Viver Beltane agora é uma dádiva.
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